Saiba mais
O que é a Translucência Nucal?
A Translucência Nucal (ou TN) é uma medida realizada na região da nuca para avaliarmos o risco do feto ter algumas doenças, entre elas a Síndrome de Down e cardiopatias congênitas.
Fetos com malformações ou doenças genéticas possuem uma tendência a acumular líquido na região da nuca, portanto uma medida aumentada significa um aumento de risco.
A TN não é um teste diagnóstico. Ela é um marcador de risco para essas doenças.
A medida da Translucência Nucal deve ser realizada quando o feto tem entre 4,5 cm e 8,4 cm de comprimento (da cabeça às nádegas), o que corresponde a cerca de 11 a 13,6 semanas de gestação.
A importância das ultrassonografias na gestação
A forma mais correta de calcular a idade da gestação e a data provável do parto é pela data da última menstruação, desde que essa data seja concordante com a 1ª ultrassonografia, que deve ser realizada preferencialmente no 1º trimestre, quando a margem de erro biológica é pequena, ficando em torno de cinco a sete dias. Com o avanço da gravidez, essa margem de erro aumenta e pode chegar a 3 semanas no final da gestação (porque aí entram os determinantes familiares: fetos grandes, fetos pequenos, pais baixinhos, pais altos, obesidade materna, gestantes diabéticas etc ).
Por isso a importância de realizar o 1º exame ultrassonográfico o mais cedo possível, para saberemos exatamente a idade da gestação e posteriormente podermos classificar o feto como pequeno, grande ou de tamanho adequado para a idade gestacional.
Durante a gestação, o ideal seria a realização de 4 ultrassonografias:
A 1ª ultrassonografia:
Deve ser feita assim que a paciente tem a confirmação laboratorial da gestação, para saber se a mesma é embrionada, se é tópica (dentro do útero) ou ectópica (fora do útero, geralmente nas trompas), se é única ou múltipla e para confirmar a idade gestacional (nesse período a margem de erro é mínima, apenas de 3 a 5 dias). Esse primeiro exame deve ser realizado entre a 6ª e a 7ª semanas, via transvaginal, e habitualmente já é possível visualizar o embrião e detectar o batimentos cardíacos.
A 2ª ultrassonografia:
Deve ser feita entre 11 e 13 semanas de gestação e é considerada atualmente como a mais importante de toda a gravidez, chamada de estudo morfológico do primeiro trimestre. O objetivo é avaliar a normalidade de algumas estruturas fetais e maternas e estudar os principais marcadores de cromossomopatias / síndromes (a mais comum delas é a síndrome de Down).
Os marcadores de cromossomopatia mais importantes são a translucência nucal (é uma pequena quantidade de líquido existente entre a pele e a gordura do pescoço, que está presente em todos os fetos e que costuma estar aumentada na Síndrome de Down e em outras síndromes e cardiopatias), o osso nasal (é comum ossos nasais pequenos ou ausentes na Síndrome de Down e em outras cromossomopatias) e o ducto venoso (o ducto venoso é uma pequena veia que permite que a maior parte do sangue vindo da placenta passe diretamente para o coração fetal e seu fluxo geralmente está alterado nos casos de síndromes e cardiopatias).
Além disso também observamos a integridade do crânio e da parede abdominal, os membros superiores e inferiores fetais, a coluna fetal, estômago, coração, a implantação placentária e o colo uterino materno.
Também realizamos o estudo Dopperfluxométrico das artérias uterinas da gestante, para avaliar a possibilidade da ocorrência de pré-eclâmpsia grave, que então poderia ser prevenida com medicação a partir da 16ª semana.
Dessa forma já conseguimos determinar se a paciente é de alto risco e precisa de assistência específica no pré-natal ou se é de baixo risco para complicações na gestação.
A 3ª ultrassonografia:
É chamada de estudo morfológico de segundo trimestre, e pode ser feita entre 20 a 26 semanas (idealmente entre 24 e 26 semanas), quando toda a anatomia fetal é avaliada. É um exame mais demorado (1 hora em média) e aqui no nosso serviço é marcado com 24 semanas (até 26 semanas de idade gestacional). O objetivo é rastrear mal formações fetais numa idade gestacional em que é mais fácil estudar o feto (não está pequeno nem grande demais). Algumas mal formações podem ser corrigidas intra-útero (poucas) e aquelas que não podem ser corrigidas na gestação vão orientar a equipe para o melhor lugar para o parto e os cuidados no acompanhamento deste feto.
Também aproveitamos a oportunidade e realizamos novamente a Dopplerfluxometria das artérias uterinas maternas (a maioria das gestantes não fez este estudo no 1º trimestre), para avaliar se a gestante é de risco para desenvolver pré-eclâmpsia. Também fazemos a avaliação e a medida do colo uterino via transvaginal, para estimar o risco de um parto prematuro por colo curto ou insuficiente, já que no próximo mês o feto chegará a 1000 g.
A 4ª ultrassonografia:
Deverá ser feita no terceiro trimestre, para avaliar o crescimento fetal, seu peso, a posição fetal, a maturidade placentária e a quantidade de líquido amniótico.
Às vezes o médico assistente solicita a Dopplerfluxometria obstétrica, para estudar a circulação uterina materna, da placenta e do feto.
De acordo com a evolução da gestação, podem ser pedidas outras ultrassonografias para acompanhamento.
|